Há já muito que Marrocos era um destino prioritário na minha imensa lista de sítios a visitar!
Não vos sei ao certo explicar o porque mas acho que me cativava o facto de ser uma cultura totalmente diferente em todos os sentidos - costumes, tradições, estilo de vida, gastronomia, clima! (E não estava nada enganada!)
Ora, depois de uma conversa sobre o destino deste ano e considerando que queria sair do país mas não queria gastar muito dinheiro, os pais decidiram-se a fazer-me a vontade:
"Vamos a Marrocos!"
E fomos!
Em Julho, no pleno calor, lá viajámos nós, pela TAP num mini avião de hélices, rumo a Marraquexe. O hotel já estava marcado assim como a maior parte dos sítios por onde viríamos a passar já estavam planeados!
Mas por muito que se planeie, pessoal há sempre coisas que têm que ser improvisadas! Não concordam? Acontece em todas as viagens e esta não foi de todo a excepção!
Bem...mas para vos poupar a algumas surpresas que tivemos (algumas boas, outras menos boas) vou contar-vos um pouco dos sítios por onde andámos e de dicas que nos poderiam ter sido muito úteis, tivéssemos nós quem as transmitisse! :)
Apresento-vos a minha versão marroquina. Que acham? Estou aprovada?
Em Marraquexe mulheres ocidentais destacam-se fundamentalmente pela forma mais "descapotável" de vestir. Ora...como num dos dias estava tanto tanto calor e o passeio já ia longo e precisava de me proteger um pouco do sol, resolvi meter o meu lencinho. E não é que resultou? Foi remédio santo para deixar de receber olhares indiscretos e apitadelas! haha :D
Mas vamos começar pelo inicio!
Fomos 7 dias, dos quais o primeiro e último foram mais ocupados em viagem e burocracias e os restantes 5 dias foram repartidos entre Marraquexe (3 dias) e outras zonas de Marrocos (2 dias).
DICA: Francamente se fosse hoje teria reservado apenas 2 dias para Marraquexe e teria planeado uns 4 dias para outras zonas do país.
Ainda no avião, esta era a vista para Marraquexe! É muito maior do que o que eu imaginava! É enorme!
À chegada, depará-mo-nos com um aeroporto super pequeno mas com um exterior com cactos lindos (nesta altura tirei logo umas quantas fotos, não fosse eu não encontrar mais ambientes desérticos com cactos na viagem! Não sabia mesmo o que ai vinha!hahaha).
Para sair do aeroporto fomos de táxi e tivemos que negociar o preço (ficou em cerca de 20€...e eles não se importam de receber em euros!) Lá os táxis têm duas categorias: uma inferior que só pode levar no máximo 4 pessoas (incluindo o condutor) e uma superior (normalmente carrinhas) que aí sim podem levar mais pessoas!
Claro que de vez em quando o taxista arrisca a levar mais pessoas para ganhar uns trocos, que foi o que nos aconteceu à saída do aeroporto. Mas se pedirem no hotel para vos chamarem o táxi, garanto que esta regra vai sempre ser cumprida e o táxi sair-vos-à um pouco mais caro!
DICA: À chegada ao aeroporto encontrarão logo algumas bancadas para conversão de dinheiro. Não o troquem aí! A taxa de conversão é mesmo alta! Troquem no centro de Marraquexe ou peçam ajuda ao recepcionista do hotel para que vos indique uma boa loja de conversão de dinheiro.
Na maior parte dos sítios aceitarão euros portanto não tenham pressa em fazer a troca.
A gare da cidade! Bem bonita, hã?
A cidade é formada por duas partes: uma parte mais nova a que chamam Guéliz e uma parte mais antiga entre muralhas a que chamam Medina!
A maior parte dos monumentos a visitar ficam na Zona velha!
Como o nosso hotel ficava na zona nova, fizemos uso de vários transportes para conhecer a cidade...mas o que realmente predominou foi o andar a pé! Perdemos a conta aos kilometros que fizemos e às garrafas de água que comprámos para aguentar aquele calor abafado e intenso que se fazia sentir constantemente!
E apesar de nesta fotografia parecer que o trânsito era pacífico, enganem-se! Lá usam-se imenso as motas e a verdade é que andam por todo o lado, até no meio das ruelas e por cima dos passeios se for preciso! Se nos distraímos levamos com umas apitadelas para nos desviarmos do caminho! Rotundas...se não existem não há problema...inventam-se! Cruzamentos rapidamente se convertem num desrespeito aos sinais luminosos e em autenticas rotundas improvisadas no momento!
E vocês perguntam...não há imensos acidentes? Olhem...eu nunca vi nenhum! Parece que já tudo se habituou a todo aquele pandemónio e as baixas velocidades dão tempo para parar e improvisar se for preciso! xD
E depois há sempre este fantásticos modelitos a passear pela cidade!
Apesar de o árabe ser uma constante pela cidade, o francês é sem duvida uma outra língua super frequente e praticamente todos o falam! Ao longo de toda a cidade e mesmo do país todas as indicações são dadas em árabe e francês!
Chegámos à grande praça Jemma-el-Fna, o grande coração da cidade! De dia o calor abrasador torna-a calma onde só os turistas se passeiam numa tentativa de não perder pitada. Mas de noite, minha gente, toda uma nova cidade nasce ali: entre encantadores de serpentes, malabaristas, aguadeiros, vendedores, carteiristas, apregoadores, restaurantes sob tendas, nativos e viajantes...todos se encontram ali, os cheiros misturam-se, as cores baralham-se e os sons entrecruzam-se!
Para desfrutarem da vista e da bela transição dia/noite da praça há umas boas esplanadas por ali! Os gelados artesanais do Café Argana eram maravilhosos!
DICA: Não considero que Marrocos seja um pais perigoso em termos de agressividade mas tem um povo em que de tudo vai tentar fazer negócio...até para tirar uma simples fotografia, ou dar uma informação, ou guardar o vosso carro! Estarão sempre de mão esticada à espera do retorno! Na praça recomendo-vos atenção redobrada...pois por entre os olhares distraídos dos turistas deslumbrados pairam os olhares atentos dos carteiristas!
Ai...e não imaginam a quantidade de sumos de laranja que bebemos por aqui! Eram 0,40€...como é que podíamos resistir?
DICA: Evitem beber água da torneira...bebam sempre engarrafada. Ora quando vão beber estes sumos regra geral não levam água nem açúcar (a laranja marroquina é muito doce por si só)...mas às vezes estão feitos lá no jarro e não têm como confirmar a constituição do mesmo...se for isso peçam para fazer no momento à vossa frente!
Fomos ao restaurante nº1 da praça, o Chez Aicha. Por lá comemos umas Tagines e uns Cuscus! Claro! No fim o pastel marroquino (não tenho foto individual para vos mostrar mas encontram-no na ementa) era só divinal!
Entramos nos Souks, uma espécie de labirinto medina fora onde negocio e negociantes são as palavras de ordem! Aqui tudo se vende e tudo se negoceia! Especiarias, lenços, bijutarias, artesanato, malas e acessórios em pele tratadas manualmente são algumas das coisas que por lá encontram!
Eu, na mala de viajem, não resisti a trazer o belo chá de menta, o caril marroquino (que eu não sabia mas não tem aquele amarelo intenso do caril indiano), canela em pau em bruto (mesmo tipo casca de tronco sem ser enroladinha como a que estamos habituados por aqui) e anis em sementes que brevemente conto usar numas bolachinhas ou num bolinho! A tagine já era compra certa ainda antes da partida!
Para quem não sabe a tagine é uma especie de tacho de barro onde a tampa tem uma forma cónica para que o vapor suba e circule. A comida é feita por camadas e cozinha a vapor sob lume mais ou menos brando. Estas tagines também já encontram cá em Portugal...portanto quando aqui vos meter uma receita de tagine...nada de se atrapalharem!:)
Um dos fins de tarde foi passado na Praça dos Épices onde tinha um café com uma esplanada maravilhosa...o Café des Épices.
Aí o ritual foi o do chá típico marroquino de menta e ainda pedimos um de canela.
Reparem só no gorrinho natalício do bule! Era tão tão fofo e era para as meninas que serviam o chá não se queimarem! :D Mas não encontrei nenhum para trazer! :/
A vista dos Epices.
Num dos dias optámos por alugar bicicletas para os quatro para passear pela cidade e digo-vos que foi óptimo, muito melhor que andar a pé!xD
A ideia inicial era alugar umas motas (há vários locais da cidade a negociarem o aluguer de motas) mas quando chegámos à hora H queriam que deixássemos a carta de condução (o documento original) como garantia de devolução da mota...claro que dissemos que não havia a mínima hipótese de isso acontecer, primeiro porque documentos oficiais nunca se entregam muito menos em países duvidosos (como é o caso de Marrocos) e segundo porque se íamos conduzir as motas automaticamente precisávamos de ter as cartas para as conduzir (e é certo que no dia a seguir estava montada uma operação stop intensíssima onde as motas eram mandadas parar a torto e direito para mostrar documentação).
O Palácio Real, de onde mal nos podemos aproximar pois a policia começa logo a apitar e a mandar circular!
O palmeiral...confesso que era bastante diferente do que imaginava! Valeu a pena? Sim! Mas porque alugámos Moto4 (quad) para o percorrer! :D
Para o aluguer das motas podem usar ou agências (que vos sairá mais caro) ou tentem a partir de alguém do hotel que eventualmente conheça quem esteja por dentro do negocio (que foi o nosso caso!).
Esclareçam sempre muito bem quantas motas querem e quanto tempo...para que não hajam confusões (aconteceu-nos e foi um pouco chato!)
Sim!!!! Sou eu que vou a conduzir a moto! Digam lá que não ficou um máximo! :D
E por hoje é isto! Espero que tenham gostado porque ainda tenho muito mais para vos contar!
Marcamos encontro amanhã outra vez?
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