segunda-feira, 12 de março de 2018

Pessoas profundas





Adoro o brilho das pessoas profundas. Das que não tiveram medo de ir às entranhas. Das que nunca ficaram à porta dos próprios medos.
Gosto de almas grandes e preconceitos pequenos. Gosto dos sorrisos rasgados de quem se aceita como é.
Adoro o desconforto que sinto quando me ligo a alguém pelos olhos. Que me despem pela intensidade e verdade que projectam.
São raras as pessoas profundas. Quase todas ficam à superfície dos seus medos. Poucas sabem nadar a céu aberto. E menos ainda se libertam dos seus próprios enredos.
E eu, rendo-me ao toque de quem sabe o que faz. Que se diz o que é. E que fala através das suas ações. Rendo-me à coerência. À consistência de carácter. E aos momentos em que me sinto engolida por um túnel mágico. Que me guia até ao centro da terra. E no fundo ao centro da fertilidade de tudo o que eu própria sou.
As pessoas profundas ganham atenção pela presença. Pela qualidade do que entregam. Pela sabedoria oculta. Que se revelam. A cada pausa que marcam. Para fazer sair o que acreditam. Com a assertividade do que apenas elas. Sabem. 









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