Chegamos à ultima parte da foto-reportagem pela Turquia!
Nesta fase do campeonato espero já vos ter dado muita informação útil para a vossa viagem, no entanto se precisarem de esclarecer alguma dúvida que tenham sintam-se completamente à vontade para o fazer!
Também nesta fase já espero ter-vos deixado cheios de vontade de lá ir! :p (e juro que não me pagam para dizer isto! hahaha)
Esta primeira fotografia que vos mostro é já para aguçar um bocadinho mais essa vontade, já que esta paisagem de Pamukkale é espetacular. Mas já lá vamos!
Vou partilhar convosco o percurso do 6º ao 9º dia.
Ficamos em Capadócia na última parte a agora seguimos para Pamukkale.
Pelo caminho paramos para visitar o Caravanserai de Sultanhan da época das Selúcidas. Traduzindo em miúdos, paramos para visitar uma das poucas estalagens que sobreviveu até aos dias de hoje e que servia para os viajantes de há centenas de anos atrás pararem para pernoitar, alimentarem-se ou até mesmo descansar alguns dias! Eram estalagens gratuitas até aos 4 dias de estadia.
Havia, na altura, estalagens destas de 60 em 60 Km's, a distância média que os homens conseguiam fazer por dia.
Finalmente, após uma extenuante viagem de 6 a 7 horas, com uma saída do hotel às 5:30 da manhã, chegamos a Pammukale para desfrutar do resto da tarde por ali.
Pamukkale, em turco "Castelo de algodão", "é formada por um conjunto de piscinas termais de origem calcária que com o passar dos séculos foi formando enormes bacias de água que acaba por descer em cascata pela colina. Estas formações devem-se à existência de regiões térmicas subterrâneas, a elevadas temperaturas, que levam a que seja eliminado carbonato de cálcio que ao chegar ao exterior solidifica como mármore travertino."
Na prática são autênticas piscinas naturais, de água morna envolvidas num ambiente que mais parece neve, só que não, é mesmo o carbonato de cálcio que faz o efeito.
Estas piscinas já no antigamente eram consideradas termais, daí que ali se formou quase que um hospital de reabilitação, onde as pessoas iam para se curarem ou reequilibrarem.
Ao ponto de, até a Cleópatra (do Egipto) ali ia todos os anos, tendo por isso mandado construir na época uma piscina termal só para si. Piscina essa que hoje é a utilizada para as pessoas irem ao banho livremente.
Já a parte das piscinas calcarias, uma parte foi fechada ao público (conseguimos vê-las mas não é permitido lá ir) pela degradação que estava a existir com o fluxo turístico, e a outra parte mantem-se o acesso, com um reforço feito de um material sintético para estagnar a destruição.
Foi declarada Património Mundial da Unesco em 1988.
(O mano a espalhar charme e a preparar-se mentalmente para as fotografias que me ia tirar a seguir xD)
O Hotel onde ficamos, mais uma vez de 5*, muito bom, boa comida e com uma piscina exterior de água termal de Pamukkale, que como é obvio mal chegamos fomos aproveitar.
(Só um aparte: o alcorão em árabe, traduzido também em Inglês). Fiquei a saber que a maior parte dos islâmicos na Turquia não sabem ler árabe e nunca leram o alcorão. E a maioria das coisas associadas à religião e que são ditas neste livro, nem sequer as sabem, daí que muitas vezes acabem por existir conflitos e deturpações do que lá é dito.
A piscina de águas termais do hotel de Pamukkale
No dia seguinte seguimos viagem para chegar a Ephesus.
Começamos por visitar a Casa da Virgem Maria, descoberta no século XIX através da descrição feita por Ana Emmerich, uma freira católica beatificada e onde se acredita que Maria tenha vivido até à sua assunção (segundo a igreja católica)/ Dormição (segundo os ortodoxos).
Até ao momento a igreja católica não se pronunciou sobre a autenticidade da casa pela falta de evidências aceitáveis, contudo esta mantem um constante fluxo de visitantes e peregrinos e inclusive já recebeu a visita de alguns papas (Papa Leão XIII e papa Bento XVI).
A casa está envolvida por um denso aglomerado de vegetação por onde se torna agradável passear. Em alguns dias são celebradas missas e há inclusive um enorme placar onde as pessoas podem deixar o seu pedido à virgem Maria.
Paramos mais uma vez para almoçar e aqui vou aproveitar para vos falar um pouco dos costumes gastronómicos na Turquia, tema que até aqui mal tinha abordado.
Pela localização geográfica que tem a gastronomia Turca caracteriza-se por um cruzamento dos sabores asiáticos com os do mediterrâneo, sendo unha cozinha rica em sabores, ingredientes, texturas, contribuindo para essa diversidade o clima do país que assegura 75% da produção mundial de avelãs e uma boa parte da produção de figos, cerejas, morangos, pêssegos, melões, melancias, tangerinas, maçãs e nozes.
A minha experiência confirmou precisamente isso: era muito muito fácil em qualquer esquina encontrar frutarias, com fruta não só bem arrumada e com bom aspecto como também muito saborosa! Figos, foi lá que comi os primeiros deste ano. Melancia, comi tanta tanta tanta que perdi a conta...é que havia por todo o lado, inclusive nas próprias ruas a serem vendidas em embalagens já descascadas prontas a comer.
Em relação a comida comida... sopa, há muito por lá! A de lentilhas descascadas é uma constante em qualquer sítio e foi o meu almoço umas quantas vezes junto com uma salada. A sopa de tomate é também típica e num dos hotéis em que fiquei comi uma com croutons maravilhosa! A sopa de lentilhas com frango é também muito boa e a única a que eu realmente não consegui achar piada alguma foi a Sopa de Iogurte, mas que é muito usada por lá.
Aliás eles são bastante adeptos do iogurte natural, quer na sopa, quer em patês, quer para consumo de forma simples.
A acompanhar os patês de iogurte vem um pão achatado que lhe chamam "Pide". É cozido em forno a lenha, vem com uma forma irregular a puxar para o redondo e pode servir-se com coberturas dando assim as típicas "pizzas turcas" de massa fina.
E os Kebab? Quem é que já não ouviu falar ou comeu um?
Kebab significa "grelhado em carvão" e refere-se desde a carne até comida vegetariana (Legumes grelhados, milhos assado, castanhas assadas no carvão...). Tudo isto é muito visível por lá! Desde as maravilhosas castanhas, enormes e arrumadas uma a uma, vendidas à unidade, até às massarocas de milho assado em todas as esquinas e a carne (de vaca, cordeiro, frango...)grelhada servida ou no prato com salada, bulgur e pizza turca ou enrolado no típico pão deles (que o que nós aqui chamamos de Kebab!).
O bulgur, que já aqui tinha utilizado no blog, é um cereal muito típico da zona mas se preferirem podem pedir acompanhamento de arroz.
Os "Dolma" são um género de rolinhos de arroz enrolados em folhas de uva (as parras)...este confesso que não deu mesmo! Detestei!:/
Vamos então às sobremesas!
Típico assim já de caras: a Baklava! Consiste nuns bolinhos de massa filo crocante em camadas intercaladas com uma pasta feita de frutos secos, tipicamente o pistácio! Depois são cobertos com uma calda de açúcar! Não adoro pelo simples motivo de que são muito muito doces...dispensava a calda!
Assim parecido à Baklava há os "Kadayif" que é feito de massa cabelo de anjo (uma massa tipo aletria que depois é frita e fica estaladiça), coberta depois também com um xarope de açúcar e pistácio. O mesmo...aquele xarope horrivelmente doce estraga tudo!
Os Lokuns que eu já vos falei lá atrás, são as gomas típicas feitas com amido de milho. Há lojas inteiras só com isto, com uma enorme diversidade de sabores, cores e texturas e algumas são muito boas! Se se mostrarem interessados os comerciantes dão-vos umas quantas a provar! Daquelas mais complexas (que são as melhores) onde eu comprei mais barato foi no mercado egípcio em Istambul.
Um outro que comemos e que adorei é o Kazandibi (que segundo me disseram quer dizer "debaixo da panela"). É um género de leite creme caseiro mas mais sólido que permite que seja cortado à faca em forma de quadradinhos. O nome deve-se ao facto de ter aquele queimadinho por cima (tal como o nosso leite creme) que parece que acabou de sair de debaixo de uma panela de ferro! xD
Finalmente...o café turco!!! Provem provem! E ficam a saber o que é o pior café da vossa vida!:P Se pedirem um café turco vão-vos servir uma chávena de café em que metade vem efetivamente com café mas a outra metade é borra! Segundo sei depois com a borra que fica no fundo pode ler-se a sina!
Muito do que vos fui falando por aqui (a maior parte!) encontram nas fotografias de comida que fui publicando ao longo das foto-reportagens da Turquia! :)
(São poucas as fotos de família, dos 4, que temos! Tive que meter esta que não estando muito boa é melhor que nada!)
Bem...e seguimos com a viagem! Desta vez, ainda em Ephesus (ou Éfeso), fomos visitar as ruínas da cidade, dedicadas a Artémis, a deusa da caça.
Cidade do tempo dos gregos, que floresceu com os Romanos, tornou-se famosa precisamente por estas ruínas onde se encontra o Templo de Artémis (uma das 7 maravilhas do mundo antigo), a casa do amor, a biblioteca de Celso e um grande teatro capaz de abrigar 25.000 espectadores.
Éfeso foi considerada pela UNESCO património da humanidade.
E por fim a última paragem do dia! Chegamos a Izmir (Esmirna em português), a terceira maior cidade da Turquia.
Aqui houve tempo para um passeio livre, a pé, pela cidade. Fizemos umas comprinhas (inclusive comprei umas peças de roupa que adoro e que foram mesmo super baratas! Aliás a Turquia é dos maiores produtores de algodão e por consequência um dos maiores produtores de roupa. Sendo muitas vezes estes os produtores de roupas de grandes marcas e bastante conhecidas, como a Zara!
Izmir vem da palavra "Smyrne" em grego, que significa na língua portuguesa Mirra!
É uma cidade desenvolvida, junto ao mar Egeu e é conhecida por ser a mais ocidentalizada da Turquia, não só em estilo de vida, como em valores, ideologia e papeis de género.
Era bastante populada por gregos mas com a revolução Turca a maior parte moveu-se para a Grécia, sendo atualmente maioritariamente habitada por turcos, com a segunda maior comunidade judaica do país.
Dia 8, continuamos para Pérgamo, hoje Bergama. Ali visitamos as ruínas de Asclepius, o primeiro hospital da Ásia Menor.
Só eram aceites pessoas que acreditassem que se podiam curar e cuja patologia não fosse grave ao ponto de morrerem daí a pouco tempo. Com os doentes trabalhava-se a perspectiva Holística, o doente como um todo, sendo essencial o bem estar psicológico.
O hospital era formado por uma parte onde aplicavam medicinas curativas à base de plantas medicinais e outra, o santuário que incluía um templo, uma fonte de purificação, o abaton (local para dormir), termas, jardins cultivados, teatro, ginásio e biblioteca...para a transformação do corpo e da mente!
Realmente assim uma pessoa sente-se muito melhor!xD
(Esta sobrancelha levantada! Hahaha Adoro! xD)
A última paragem do dia foi em Troia, que fica muito perto de Canakkale, o local onde ficamos alojados.
Em Troia encontramos para além de umas ruínas onde pela primeira vez se começou a utilizar o tijolo como material essencial na edificação das casas, encontramos o famoso cavalo de Troia.
A história do cavalo de Troia, retratada na Ilíada de Homero, conta que durante a guerra de Troia os gregos estavam prestes a perder a cidade para os troianos. Ora, para dar a volta à situação os gregos constroem um enorme cavalo de madeira e oferecem-no aos troianos que o interpretaram como um símbolo da sua vitória. Mas nem tudo o que luz é ouro. É que dentro do cavalo iam uns quantos guerreiros gregos que durante a noite saíram do cavalo, dominaram os guardas de sentinela e permitiram a entrada do exército grego na cidade, levando-a à ruína.
O cavalo que lá está é apenas uma reconstrução do cavalo utilizado e inclusive na região central de Canakkale, junto ao mar encontramos o cavalo de Troia utilizado no filme e que após as gravações foi oferecido à cidade.
Penúltimo dia de estadia foi no Parion Hotel! Confesso que neste dia estava inspirada para fotografar o hotel e as cores deste eram clarinhas como eu gosto, mas os que fomos ficando ao longo da viagem eram do mesmo nível, excepto em Istambul como já vos tinha dito.
(A vista do hotel para Canakkale)
(A Baklava)
Estamos a chegar ao fim da viagem, com a última paragem em Bursa para então seguir viagem para Istambul e no dia seguinte apanharmos o voo de regresso!
Em Bursa, a primeira capital do império Otomano, começamos por visitar a Grande Mesquita de Ulu Cami, de grande beleza, com 2 minaretes e 20 cúpulas (em vez de mandar construir 20 mesquitas separadas) que lhe conferem um espaço amplo transmitindo a sensação de contemplação e paz.
De seguida visitamos o Bazar da Seda por onde passeamos e visitamos as lojas cheias de imensos lenços, masculinos e femininos, de todas as cores e texturas possíveis e em seda, claro! Se vos agrada, preparem-se para regatear o preço com o vendedor e levar alguns bem giros! Eu não comprei porque já tenho tantos! :/
A última paragem de Bursa foi o Mausoléu Verde todo decorado com azulejos turquesa e com detalhes em ouro, muito bonito!
(Mausoléu Verde)
(Grande Mesquita de Ulu Cami)
(Bazar da Seda)
E pronto! É tudo o que tinha para vos mostrar da Turquia! No meio das 500.000 fotos que tenho (estou a brincar, mas são muitas), escolhi estas porque achei que já transmitiam bem o que foi esta viagem!
Claro que há coisas que só mesmo ao vive-las no próprio sítio na primeira pessoa, é que sentimos o tão bom que é (e este é o grande motivo de adorar viajar), mas já ficam com um "cheirinho" do que podem encontrar por lá!
Gosto sempre de todas as viagens que faço mas sem dúvida esta foi muito boa!
Apesar de cansativa porque levanta-mo-nos quase sempre às 4/5/6h da manhã e fizemos perto de 3000Km de autocarro, contínuo a achar que para quem vai a primeira vez e quer ter uma boa ideia esta é a melhor forma de viajar por lá (ou de avião, se puderem). Passei por sítios lindíssimos e dos quais hoje se me perguntassem continuaria a não abdicar de os visitar!
Quanto à parte de viagem por agência sim ou não!?
Quem me vai conhecendo sabe que não são muitas as viagens que faço por agência. Depende sempre do destino, do tempo e do budget que tenho, contudo considero que ali na Turquia, esta é uma boa opção se pretenderem fazer circuito!
Se forem até lá, dêem-me feedback e se não forem...pronto...digam-me só o que acharam da viagem? Nas próximas gostavam que falasse de mais alguma coisa? Com vontade de lá ir?
Espero que sim!
Beijinho e esperem pela próxima que já não tarda (é só seguirem-me no instagram).
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