segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Turquia II (Ancara e Capadócia)


Continuamos com a viagem pela Turquia?

Depois de na primeira foto-reportagem vos apresentar a Istambul é altura de apanhar o minibus, providenciado pela nossa agência local, a Euromarmara e seguir rumo à parte mais Oriental do país.

Haaawwww...só acrescentar que na Turquia a moeda é a Lira Turca e vale muito menos que o Euro (na altura 1 Lira Turca = 0,17 cêntimos). Um conselho que vos dou é não só não trocarem o dinheiro no aeroporto (e isto é válido para qualquer viagem que façam) já que perdem sempre mais dinheiro, como também trocarem-no antes de saírem de Istambul. Em Istambul peçam ajuda ao recepcionista ou ao vosso guia para vos indicar uma boa loja de cambio.

Agora sim, podemos seguir rumo a Ancara, a capital!



Ancara, também chamada anteriormente Ataturk, é a segunda maior cidade Turca atrás de Istambul. É também a segunda cidade mais importante no motor da economia do país.
Agora perguntam? E porque é que não é Istambul a capital em vez de Ancara?
Por duas razões:

  • A primeira é que no momento da fundação da Republica Turca, Istambul encontrava-se ocupada pelos aliados. Quando a guerra da independência turca terminou, esta situação poderia ter sido alterada mas o fundador da Turquia, Mustafá Ataturk não o quis fazer.
  • A segunda é que dada a sua localização, Istambul está muito mais geo-vulnerável que Ancara, contribuindo esta razão para a manutenção da segunda maior cidade Turca como capital.


Pequeno-almoço tomado, uma saída prevista para bem cedo para sermos os primeiros a chegar ao Museu das civilizações da Anatólia em Ancara.
Aqui são apresentadas obras oriundas de vastas regiões, de forma cronológica desde a pré-história até ao período otomano.
Começamos por a reprodução, com algumas peças datadas da época, de uma caverna onde humanos da pré-história viveram. Seguimos para a observação das primeiras tábuas escritas de argila, a partir do cual se inicia a história da Anatólia. E finalmente encontramos as obras hititas.
É um museu importante no país e mesmo em todo o mundo devendo ser visitada com guia ou alguém que vos ajude a compreender melhor o que estão a ver.













Ainda em Ancara, seguiu-se a visita ao Mausoléu de Ataturk.
Anitkabir ("túmulo memorial") é o Mausoléu de Mustafa Ataturk - lembram-se que falei dele lá atrás e disse-vos que era o fundador da República Turca, como país independente.
Para terem noção da importância deste senhor para os turcos, foi o próprio governo que na altura lançou um concurso para a nomeação do melhor projeto arquitetónico para a edificação do monumento e túmulo de Mustafa. Mais tarde viria também a ser sepultado aqui o segundo presidente da Turquia.






(A vista para Ancara, a partir do Mausoléu)
















Almoço por ali perto e seguimos então para Capadócia! E sim...Capadócia é aquele sítio perfeito e maravilhoso que ninguém deve perder quando vai à Turquia! É aquele que apareceu na novela (segundo a minha mãe) com um nascer do sol esplêndido a partir de um balão de ar quente! Confere a vista!
Mas já lá vamos!

Chegamos a Capadócia a meio da tarde e fomos visitar a cidade subterrânea de Saratli, construída por comunidades cristãs para se protegerem de ataques árabes.
De seguida paramos num dos miradouros da cidade para apreciar a vista e finalmente fomos assistir à cerimonia dos Derviches Giróvagos (dançarinos), que representa a viagem mística de ascensão espiritual do homem através do amor, em busca da verdade para atingir a perfeição. Nesta cerimonia basicamente vemos senhores a rodarem durante minutos e minutos sobre o seu eixo ao som de um ritmo feito por outros senhores e que eu nem sei como é que não caíram redondos no chão de tanto rodopiar! Não é que esta parte da viagem seja espetacular (na verdade a cerimonia deu-me sono :/) mas é algo que os turcos valorizam e respeitam bastante.














(Mamã e papá a apreciar a vista linda para Capadócia)









Após a chegada ao hotel deu tempo para uma banhoca, e jantarinho! O hotel era muito bom e o jantar igualmente! Era buffet mas bastante completo, rico e diversificado.






E chegou o grande dia! O dia dos balões.

A viagem de balão de ar quente não estava incluída no pack de excursões pago. No dia anterior quem queria fazê-la tinha que a reservar já que é nessa altura que a logística e os recursos para a viagem no ar começam a ser preparados. Há o risco da mesma ser cancelada caso o vento ou as condições meteorológicas não o permitam!
Antigamente haviam várias empresas com diferentes preços a realizarem este passeio mas atualmente há apenas uma, já que todas as empresas se uniram!
O valor por pessoa é invariavelmente de 150€ e inclui o passeio em si, um mini mini-lanche antes de subir no balão, um brinde com champanhe após a aterragem e um certificado de voo.

Nós decidimos não ir, já que todos no total ficava 600€ (ainda que eu pagasse a minha parte era muito para os meus pais). No entanto quem poder sem dúvida acho que deve ir! É provavelmente uma experiência única e vivida naquele local imagino que seja inesquecível.

Em alternativa o que é que fizemos? Decidi que aquele era um cenário imperdível e que tínhamos que arranjar maneira de o ver.
No dia anterior dirigi-mo-nos a recepção e pedimos ao recepcionista para reservar um táxi para o efeito. O combinado foi às 4h da manhã (4hhhhh :S) à porta do hotel para então irmos até ao local onde os balões são preparados e de seguida ao Rose Valey, tudo por cerca de 25€.
E assim foi! ÀS 4H da manhã lá estávamos nós e sinal do taxista, nem vê-lo. Pensamos já deu asneira! Uns 10 minutos depois ele lá chegou e lá fomos! Chegamos ao local de embarque ainda muito de noite mas já todo um aparato de carrinhas, balões e gente acontecia por ali.
Ora, enquanto esperávamos no carro que os balões fossem sendo preparados e começassem a encher, o taxista começa a falar connosco...em turco! Como é obvio não percebemos nada e pedimos-lhe que falasse inglês ao que ele responde que não sabe. E toda uma comunicação se começa a desenvolver a partir dali com o google tradutor do taxista (sim...porque nós não tínhamos dados móveis no telemóvel para o fazer)...ora escreve e troca de mão, ora lê, escreve e passa novamente para a mão inicial!
Não estão bem a perceber o drama! Ele tinha-nos escrito que tinha recebido informações de que a reserva tinha sido cancelada! E nós: o quê? Não! A reserva não pode ter sido cancelada! Nós não cancelamos nada! E queremos ver os balões! E nisto estão a ver a cena de começar a amanhecer, os balões começarem a encher e nós a não chegarmos a conclusão nenhuma a não ser a de que dali ninguém me tirava.

Lá saí para assistir ao espetáculo, lindo de se ver, em que num momento olhas e só vês um balão a encher e pensas daqui a 500 mil anos estão todos no ar e de repente olhas e dás por ti a perceber que estão montões deles a começar a subir. Tudo isto com um nascer do sol de fundo! É maravilhoso.

O taxista, acho que dada a minha irreverência e indignação resignou-se e quando voltamos ao táxi levou-nos efetivamente ao Vale que tínhamos combinado. 

O vale... é o cenário idílico! O vale é formado por montanhas de tom argiloso com formas de chaminés que aquela hora todo ele é sobrevoado por balões de todas as cores e mais algumas e que muitas vezes quase que chegam a tocar as "chaminés". Claro está que o resultado foram fotografias lindíssimas e o coração cheio de quem tinha acabado de ver uma das coisas mais bonitas que se pode ver.




























São lindas as fotografias, não são!? Ainda me apaixono por elas cada vez que as vejo.
Se puderem, tanto monetariamente como temporalmente, o ideal é num nascer do sol irem no balão e noutro nascer do sol fazerem o que eu fiz! São perspectivas diferentes mas garantidamente que tanto uma como outras são excepcionais.

Às 6h da manhã o taxista estava de volta ao vale para nos levar de regresso ao hotel. Chegamos, dormimos 1 horinha e descemos para tomar o pequeno-almoço.

Uma vez que o dia ia ser passado em Capadócia, desta vez a hora de saída do hotel era mais tardia, às 9h.
O plano era a visita de:
* Vale de Goreme, com as suas igrejas rupestres decoradas com pinturas dos séculos X e XI;
* Povoação troglodita de Uçhisar
* Vale de Pasabag com as suas chaminés de fadas
* Vale de Derbent com as suas incríveis formações naturais.

A Capadócia é uma região semi-árida, declarada Património Mundial da UNESCO, pelas incríveis formações geológicas únicas que originarem autênticas cidades escavadas em rochas, algumas delas até há muito pouco tempo ainda habitadas.

Para além disso, sendo estas formações de origem vulcânica há milhares de anos atrás, com o passar do tempo têm sofrido um progressivo processo de erosão que tem levado à formação das chaminés de fadas. Basicamente a parte de cima das montanhas, formada por rocha basáltica não sofre desgaste mas a parte inferior formada por Tufo macio vai sendo erosionada formando assim o que parecem umas chaminés.
As zonas sem Basalto deram origem a vales, desfiladeiros, escarpas, pirâmides, picos, agulhas, cones...tudo o que a erosão do Tufo Macio vai permitindo.






(Por 8€ lá foi o pai andar de camelo. Foi uma mini, mini, mini volta mas foi giro!)












A meio do dia, pelo meio das visitas programadas, paramos para almoçar e conhecer um atelier de produção do fio de seda e tecelagem de tapetes.

Fiquei impressionadíssima! Não só pela técnica de produção dos tapetes que dá um trabalho maluco e é totalmente diferente do que até então tinha visto, como pela própria produção dos fios de seda, onde basicamente os casulos dos bichos de seda são produzidos e mantidos na fábrica e de seguida fazem a extração dos fios que só por si já são resistentes e que no fim de agrupados formam o fio resistente tradicionalmente usado no artesanato.

Na primeira fila de fotografias vêm uma senhora a fazer um tapete que pode levar anos a ser feito, mesmo sendo alguém com muita experiência; e os novelos de fio de seda já prontos a serem utilizados ou corados.

Na segunda fila observam os casulos e os fios de seda na sua forma mais primitiva e elementar, acabados de ser extraídos sem ainda estarem agrupados.

Na terceira fila podem observar uma das zonas de exposição e alguns dos milhares de tapetes ali expostos.

A empresa certifica os tapetes e envia-os para qualquer país. Faz-se a encomenda, o tapete é produzido e passado uns meses é então enviado ao cliente.
Eu cá não encomendei nenhum...achei que não era bem para o meu bolso! Mas têm ali trabalhos espetaculares!




























E pronto! Foi assim mais uma rodada de fotografias da viagem!

Na próxima foto-reportagem vou-vos mostrar as últimas fotografias e que modéstia à parte também tem lá delas muito giras.

Dou notícias em breve!



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